“Cabe a todos, a gestão efetiva destas expectativas, na certeza que não somos ‘máquinas’ e que carecemos de tempo para retomarmos as rotinas”, Marina Ferreira Silva, psicóloga.
Num dia marcado pelo regresso dos alunos ao ensino pré-primário e do primeiro ciclo à escola, o Novum Canal auscultou a psicóloga clínica e da saúde, Marina Ferreira Silva,, sobre os anseios e as expectativas que alunos, encarregados e agregados de educação têm relativamente ao retomar ao ensino presencial.
Num dia de reencontros, Marina Ferreira Silva manifestou que é normal que neste retomar do ensino presencial “predominem concomitantemente sentimentos de medo e de incerteza, não só relativos à exposição ao vírus, mas também na forma como podem ser geridas todas as expectativas que se foram criando”.
“Neste regresso à escola, acompanhados de sentimentos de entusiasmo e alívio, é natural que predominem concomitantemente sentimentos de medo e de incerteza, não só relativos à exposição ao vírus, mas também na forma como podem ser geridas todas as expectativas que se foram criando”, disse, sustentando que “crianças, jovens, pais e professores, no geral, ansiavam por este regresso, que é uma vez mais, desafiante para todos”.
“Todos receiam, na verdade, novas possibilidades de encerramento”, frisou, sublinhando que este tempo em casa significou “novas barreiras ao desenvolvimento social, psicológico e educativo”.
Sobre este regresso ao ensino presencial, Marina Ferreira Silva confirmou, por outro lado, que “neste momento, todos os intervenientes, pais, crianças e professores estão desgastados, foram semanas intensas, o impacto é transversal a todos”

“ Espera-se, assim, que esta reintegração escolar seja serena, baseada na premissa que a escola é um espaço seguro e protetor, cuidador e de apoio ao desenvolvimento”, acrescentou, reiterando que “os pais anseiem a reorganização do quotidiano, os alunos anseiem espaço livre para brincar, a socialização com o pares, as brincadeiras com os colegas”.
A técnica/especialista em psicóloga clínica e da saúde avançou, ainda, que a “retoma das aulas presenciais nunca foi tão importante quanto agora, a saúde mental carece desta proteção emocional que será fundamental para que se evitem consequências diretas no aproveitamento escolar”.
Do lados dos professores, a psicóloga reconheceu que “os docentes anseiem que a aprendizagem não seja deveras comprometida, na sequência do modelo de ensino à distância que tiveram que adotar”.
“Cabe a todos, a gestão efetiva destas expectativas, na certeza que não somos ‘máquinas’ e que carecemos de tempo para, devagar e saudavelmente, retomarmos as rotinas, o dia-a-dia conforme as conhecíamos antes da pandemia”, afiançou.
Marina Ferreira Silva declarou que o “tempo que vivemos exige ainda medidas de prevenção, de higienização e as recomendações dos especialistas devem continuar a ser seguidas”, confirmando que apesar do desconfinamento ser gradual requer prudência.
Falando das motivações dos mais pequenos, a psicóloga destacou ainda que, neste retomar das aulas, os mais novos “precisam de regular as suas emoções e precisam que os pais e os professores os ajudem”.
“Nesta primeira semana importa conversar muito, partilhar experiências, falar de emoções e de medos”, disse, acrescentando ser vital “colocar as crianças e jovens a expressarem o que sentem, o que sentiram durante todo este tempo”.

“ É possível que estejam frágeis, sensíveis, confusas ao mesmo tempo. portanto desreguladas”, asseverou, relevando a importância dos afetos e do brincar livremente.
“Estiveram confinados e, por isso, é importantíssimo deixar um pouco de lado a preocupação com os números, com as notas e com o lado quantitativo da escola e suportar-se a regulação emocional”.
A psicóloga deixou, ainda, alguns conselhos aos pais, cuidadores e professores para que “mostrem compreensão, nomeiem emoções que a criança pode sentir e ajudem-na a lidar com essas emoções; tentem perceber como correu o dia e forneçam orientações para lidarem com episódios inesperados ou que não correram bem”, assim como não fazer “comparações com o primo, o vizinho, o irmão ou quem quer que seja”.
Como sugestões neste regresso ao ensino presencial, Marina Ferreira Silva apontou, também, para a importância de se “normalizar os sentimentos negativos, todos são naturais mesmo esses negativos”, “favorecer a estabilidade e a consistência na sala de aula e fora dela”, considerando que “limites, regras e rotinas previsíveis são fundamentais”, apontando ainda para a necessidade de “reenquadrar, reorganizar, recomeçar…”.
“Apesar do medo, é preciso recomeçar! Vamos a isso!”, argumentou.
Perfil do Autor

Últimos artigos inseridos
Felgueiras2021.04.11FC de Felgueiras 1932 vai disputar qualificação de acesso à Liga 3
Bombeiros2021.04.11João Pinto empossado novo comandante dos Bombeiros de Paço de Sousa
Geral2021.04.11Apresentado Plano de Desenvolvimento do Artesanato do Marco de Canaveses
Desporto2021.04.11Paços goleado pelo Benfica