A poucas semanas de fazer 131 anos Bombeiros da Lixa apontam dificuldades e prometem continuar a elevar o nome da corporação
Fotografia: Bombeiros da Lixa
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Lixa assinala dia 12 de setembro o seu 131.º aniversário, sendo uma das instituições mais antigas da região e do distrito do Porto.
Ao Novum Canal, o comandante dos Bombeiros da Lixa, Vítor Meireles, destacou que o aniversário este ano por via da crise sanitária que continua a fazer-se sentir no país, mas também do plano de contingência em vigor na corporação e das medidas impostas pela Direção-Geral de Saúde vai seguir um modelo e um figurino diferentes do habitual.
“Queremos evitar ajuntamentos, mas não poderíamos deixar de assinalar esta data que é fundamental para a coletividade e nesse sentido vamos promover uma cerimónia simbólica, com a realização da formatura, uma homenagem aos bombeiros e diretores já falecidos, seguida de um desfile de viaturas”, referiu, salientando que é para si motivo de orgulho fazer parte de uma instituição que é a sétima mais antiga do distrito do Porto e uma das mais referenciadas e respeitadas a nível nacional.
Falando da realidade da corporação, das suas debilidades e dificuldades, o responsável pelo corpo ativo reconheceu que a corporação, um pouco à semelhança do que acontece com as demais na região e até no país, luta com dificuldades que foram agravadas com a crise sanitária e a pandemia.
A este propósito, Vítor Meireles considerou que os incentivos atribuídos aos bombeiros estão aquém do esperado quando comprados com o que acontece com outras instituições que, também, atuam na área da proteção civil, tendo usado mesmo a expressão que os bombeiros são “o patinho feio e o parente pobre da sociedade”.
Sobre esta questão, o responsável pelo corpo ativo manifestou mesmo que os recursos logísticos e até humanos atribuídos aos bombeiros e a algumas dessas instituições são completamente díspares.
Relativamente aos equipamentos, Vítor Meireles declarou que os Bombeiros da Lixa continuam, mais um ano, à espera dos incentivos para a aquisição dos EPI´s Combate a Incêndios Florestais.

“Nem isso nos foi atribuído”, avançou, recordando que as receitas têm caído, mas as despesas, essas são as mesmas ou até superiores.
Na área da emergência pré-hospitalar, o comandante da corporação da Lixa reclamou um reforço dos incentivos, das taxas pagas, reconhecendo que os serviços prestados pelos bombeiros são “quase de borla”.
Vítor Meireles apontou, também, a falta de incentivos no voluntariado o que faz com que a corporação se debata com dificuldades em recrutar novos elementos para a corporação, isto apesar da associação abrir escolas para formar novos elementos.
“Abrimos as escolas, mas deparamo-nos com a falta de voluntários”, explicou, sustentando que associado a este facto, a maioria dos voluntários dedicam-se aos seus trabalhos e afazeres profissionais o que contribuiu para agravar ainda mais este cenário.
Refira-se que os Bombeiros da Lixa dispõem de cerca de 120 elementos no ativo, sendo o seu parque automóvel constituído por 30 viaturas.
Apesar dos constrangimentos e das dificuldades apontadas, Vítor Meireles reiterou que a associação e o corpo ativo dos Bombeiros da Lixa estão apostados em continuar a servir a comunidade, manter a unidade operacional e tecnicamente preparada e equipada de forma a responder com eficácia e eficiência a todas as solicitações.
Referindo-se ao apoio que a corporação beneficia e goza junto da comunidade, Vítor Meireles realçou que a comunidade local e os empresários têm sido aliados dos soldados da paz, reconhecem o seu trabalho e o esforço desenvolvido e participam nas atividades, nas campanhas lançadas pela associação, colaborando com donativos e contributos e contribuindo para o reforço da missão dos bombeiros: a urgência pré-hospitalar, o combate a incêndios, mas também a protecção de meios e vidas humanas.
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